Alimentação infantil:
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Alimentação infantil: orientações práticas para o primeiro ano de vida

 

89679593Como deve ser o aleitamento materno?

O aleitamento materno é ideal para a criança no seu primeiro ano de vida. Ele deve ser exclusivo (sem adição de água ou chás) até os primeiros seis meses de vida. No segundo semestre, o leite materno continua sendo importante, mas devem ser introduzidos progressivamente novos alimentos.

A alimentação no peito fortalece o vínculo mãe-filho e deve ser estimulada para todos os bebês, sempre levando em consideração a vontade, a disponibilidade e a dedicação maternas.

 

Quando dar vitaminas e ferro para o meu filho?

Crianças saudáveis precisam de complementos vitamínicos e de ferro profilático a partir de seis meses de idade, quando são introduzidos novos alimentos além do leite materno. Isso evita a anemia ferropriva (por deficiência de ferro), tão comum nessa faixa etária.

Bebês prematuros e recém-nascidos de baixo peso devem iniciar esses complementos vitamínicos a partir do sétimo dia de vida e de ferro em torno de um mês de vida.

 

Qual o melhor leite para o bebê que não é amamentado no peito?

Nos casos em que amamentar seja impossível, os pediatras devem orientar o desmame, dando suporte às mães e ao bebê. Deve-se dar preferência às fórmulas lácteas enriquecidas.

O leite de vaca não é o alimento mais adequado para a criança no primeiro ano de vida, pois apresenta baixo teor de ferro e baixa biodisponibilidade, provoca perdas de sangue nas fezes, apresenta alto teor de eletrólitos e de proteínas, podendo sobrecarregar o funcionamento dos rins. Além de ter quantidades inadequadas de algumas vitaminas e de ácido linoleico.

 

E naqueles casos em que o leite de vaca é usado? O que fazer?

É necessário adicionar 5% de açúcar e 3% de óleo de milho. Após os três meses de vida, pode-se adicionar 3% de farinhas.

 

Quando iniciar os sucos de frutas?

Sucos de frutas naturais e preparados na hora da administração podem ser introduzidos a partir de dois meses de idade para aqueles bebês que não estão em aleitamento materno exclusivo, ou seja, aqueles que estão recebendo aleitamento artificial.

Deve ser oferecido durante o banho de sol, pela manhã, com pouca ou nenhuma adição de açúcar, cerca de 100 ml no máximo. Eles não substituem uma mamadeira com leite.

 

E as papas de frutas?

As papas de frutas são introduzidas a partir dos quatro meses nas crianças em aleitamento artificial e a partir dos seis meses naquelas em aleitamento materno exclusivo. Sempre introduzir cada fruta separadamente. Depois elas podem ser misturadas. Pode-se começar com banana amassada, seguida de maçã raspada, pera, mamão, abacate, etc. e depois ir juntando duas ou mais por vez.

Nas papas de frutas podem ser colocados carboidratos após a introdução das frutas sozinhas.

As papas devem ser oferecidas na colher. Os bebês têm um movimento de projeção da língua, parece que estão cuspindo o alimento, mas isso não significa que eles estejam recusando as frutas oferecidas. Aos poucos esse movimento vai sumindo.

Essa fase treina a criança para deglutir alimentos sólidos e semissólidos.

 

Papas salgadas. Como devem ser preparadas?

Esta refeição deve ser consistente e incluir um ou mais dos grupos de alimentos citados abaixo. Eles devem ser introduzidos gradativamente.

 

Grupos de alimentos ricos em determinados nutrientes:

• Proteínas de origem animal: carne bovina, carne de frango (dar preferência para o frango caipira), fígado ou outras vísceras, peixes.

• Proteínas vegetais: feijão, lentilha, soja, grão-de-bico, leguminosas em geral.

• Carboidratos: batata, batata-baroa, mandioca, abóbora, abobrinha, batata-doce, macarrão, arroz, farinha de trigo, polvilho, etc.

• Alimentos ricos em vitaminas e sais minerais: agrião, couve, alface, almeirão, repolho, espinafre, vagem, couve-flor, brócolis, rúcula, salsa, cebola, cebolinha, tomate, etc.

 

Deve-se dar preferência aos temperos naturais como salsinha, cebolinha, ervas finas, alho e cebola para reduzir a quantidade de sal nos alimentos oferecidos à criança. Pode-se usar o sal, mas sem exageros.

 

Como é o modo de preparo da sopa salgada?

Levar ao fogo a água com os ingredientes já picados e os temperos. A quantidade de água não deve ser excessiva, apenas o necessário para cozinhar os alimentos sem sobrar muito líquido, assim os nutrientes são preservados.

Quando estiver bem cozida, de consistência mais ou menos espessa, amassar com um garfo, refogar em pequena quantidade de óleo ou azeite e colocar uma pitada de sal.

Os alimentos também podem ser cozidos no vapor para preservar seus nutrientes.

 

Quando oferecer ovo a uma criança?

A partir dos seis meses, pode-se acrescentar à papa salgada um quarto de gema de ovo cozido, aumentando a quantidade gradativamente até completar uma gema inteira, mais ou menos três vezes na semana. Após o primeiro ano de vida, oferecer também a clara de ovo cozida.

Desmame e a hora certa para parar de amamentar

 

mamadeira1Quais são os sinais de que o bebê já pode receber outro tipo de alimento?

A introdução de novos alimentos à dieta, no primeiro ano de vida, depende de múltiplos fatores relacionados à criança e ao contexto familiar. É a criança que mostra quando já está pronta para modificar sua dieta. Geralmente, por volta dos seis meses, os lactentes aumentam suas necessidades calóricas e de minerais, especialmente o ferro. Também é a partir dessa idade que a maioria das crianças atinge estágio de desenvolvimento geral e neurológico, como mastigação, deglutição, digestão e excreção, que as habilitam a receber outros alimentos além do leite materno.

Alguns indicativos como apetite, voracidade, choro, sede excessiva, e encurtamento do intervalo entre as mamadas demonstram a necessidade de introduzir outros alimentos. A aceitabilidade a novos alimentos é um forte indício de prontidão a essa mudança, porém outros fatores também são considerados relevantes. São eles: peso do bebê, controle da cabeça e do tronco, maturidade sensorial, caracterizada pela habilidade de levar objetos à boca, evidenciando condições intraorais para aceitar outras texturas alimentares e o uso da colher. Na verdade, cabe ao pediatra conhecer todas as possibilidades e reconhecer o papel de cada alimento, para que possa adaptar suas orientações à família e a aspectos particulares de cada criança.

 

É indicado retirar o peito logo de cara ou alternar novos alimentos entre mamadas?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso exclusivo do leite materno até os seis meses e a introdução de alimentos complementares apropriados, junto com a continuação da amamentação até os dois anos de idade ou mais. Todo alimento deve ser introduzido de forma progressiva, respeitando-se um intervalo de 15 a 30 dias entre cada novo alimento prescrito, permitindo observar a aceitação e tolerância gastrointestinal do lactente. O desmame deve ser um processo gradual por duas razões: é menos traumático para o bebê e para a mãe. Podem surgir problemas como ingurgitamento mamário se a mãe deixar de alimentar a criança muito depressa; o bebê pode não reagir bem à retirada súbita do aleitamento, que é um dos maiores prazeres dele, além de um maior impacto nos sistemas digestivos e imunes. Em nosso meio, os alimentos mais comumente introduzidos nessa faixa etária são frutas, vegetais, gema de ovo e caldo de carne.

 

Qual é o momento exato para o desligamento parcial?

A introdução de novos alimentos, no primeiro ano de vida, depende de múltiplos fatores relacionados à criança e ao seu contexto social. De modo geral, deve ser iniciada por volta dos 6 meses de vida para a criança em aleitamento materno. Quando ocorre mais precocemente, pode diminuir a proteção imunitária do leite por alteração da flora intestinal e interferir no aproveitamento de seus nutrientes. É importante que os novos alimentos permitam a complementação do leite materno, sem substituí-lo totalmente, e ainda garantam uma adequada biodisponibilidade dos nutrientes ofertados. Na prática, qualquer proposta de esquema alimentar deve ser flexível e considerar a realidade de cada criança.

 

E o pai, qual o seu papel de colaborador na hora do desmame?

A sociedade brasileira delega ao homem a responsabilidade de provedor financeiro, limitando uma maior participação na criação e cuidados com o filho e, consequentemente, na amamentação. É como se tudo isso pertencesse, quase que de forma exclusiva, ao mundo da mulher. Poucos estudos revelam a importância do pai na prática do aleitamento materno. No entanto, no momento da decisão do desmame a importância do envolvimento do pai da criança é fundamental para a mãe se sentir bem, pois esse é um processo que envolve sentimentos.

O momento do desmame, para muitas mães, é de perda, e a presença do pai nesse processo é fundamental, pois ele faz parte do suporte social tão necessário para o equilíbrio emocional que a mulher necessita. A Bíblia sublinha a significação desse rito de passagem e a importância da presença paterna nesse processo: "O menino cresceu e foi desmamado. No dia em que Isaque foi desmamado, Abraão deu uma grande festa" (Gen. 21:8). Isaque provavelmente tinha 4 para 6 anos de idade. Esse é um ótimo exemplo de um pai que participava ativamente da vida do filho e que sabia apoiar sua esposa.

 

É possível voltar a amamentar depois da introdução da mamadeira?

A principal dificuldade é fazer com que um lactente, mesmo bastante jovem, já acostumado com o "bico de borracha" e com a sucção modificada, volte a pegar o seio. A alimentação mista (seio e mamadeira) pode desenvolver uma técnica incorreta de sucção no seio. Algumas dessas crianças passam a usar a língua como pistão ao sugar o seio, comportamento usual na sucção da mamadeira, mas não na sucção do seio. Acredita-se que a exposição precoce aos bicos artificiais contribua para o desmame precoce, pois pode ocasionar o fenômeno de confusão de bicos.

É por isso que solicitamos à mãe que está tentando a relactação que tenha bastante paciência, evite o uso de chupetas e mamadeira. A solução é retirar definitivamente todos os bicos e insistir com o seio. Recomenda-se o uso de copos, colher, conta-gotas ou seringas para suplementação láctea da criança. É questão de tempo, de pouco tempo. Mas é um tempo difícil para a mãe e o bebê. Sempre que possível, o marido ou, na falta deste, alguém da família deve ajudar, sobretudo nos primeiros dias.

 

Caso o leite seque, qual é o procedimento a ser feito?

Parte da resposta a esta pergunta encontra-se descrita na questão anterior. Geralmente o “leite seca” pelo uso inadequado e precoce da mamadeira. Deve ser estimulada a relactação, colocando para a mãe todas as vantagens do aleitamento materno para o bebê e para a mulher. Caso a mãe deseje fazer a relactação deve seguir os passos citados anteriormente. A lactação insuficiente deve ser cogitada quando o bebê não ganha peso, apresenta pequeno volume de evacuações e urina concentrada.

Diante da impossibilidade do aleitamento materno, por motivos inerentes à mãe, à criança ou a questões sociais, a nutrição do lactente será realizada pela administração do leite de vaca. O leite de vaca integral não modificado não é recomendado para crianças até os 6 meses de vida. O mais indicado são as fórmulas infantis, que têm sua constituição mais adequada às necessidades do lactente. No entanto, essas fórmulas (para o 1º e 2º semestre) são mais caras, sendo pouco acessíveis à população de nível socioeconômico mais baixo. Nessa situação, o leite integral para alimentação infantil deve ser diluído de acordo com a idade da criança, sob orientação pediátrica.

 

Existe algum mal para amamentação prolongada?

O período natural de amamentação (sem a influência da cultura), segundo diversas teorias, seria de 2,5 a sete anos. Estudos etnográficos sugerem que, antes do uso disseminado de leites não humanos para crianças, elas tradicionalmente eram amamentadas por três a quatro anos, época em que as crianças usualmente deixam de receber o leite materno quando lhes é permitido alimentar-se de acordo com a sua vontade. A OMS recomenda que a amamentação seja praticada até os dois anos ou mais.

Se uma criança amamentada não estiver crescendo adequadamente no segundo ano de vida, os esforços devem concentrar-se na melhoria da qualidade nutricional e quantidade dos alimentos complementares e não na interrupção da amamentação. O aleitamento deve continuar desde que seja um desejo mútuo entre mãe e filho, considerando que esta é uma situação que pode causar sentimentos de culpa e ansiedade na mãe. Portanto, até que surjam argumentos contrários à recomendação da OMS quanto à duração do aleitamento materno, continua prevalecendo a recomendação de que as crianças sejam amamentadas preferencialmente por dois anos ou mais.

 Fumo durante a amamentação prejudica o sono do bebê

 

96831838Além de prejudicar o sono, aumenta as cólicas e causa náuseas.

O cigarro não é recomendado em nenhuma ocasião, especialmente durante a fase de amamentação. Durante o aleitamento materno, a mãe que fuma fica com o leite contaminado pela nicotina, que é absorvida pelo bebê, prejudicando o sono e aumentando a incidência de cólicas, náuseas, vômitos e agitação.

A mãe fumante que está grávida ou em período de amamentação deve redobrar o esforço para parar ou diminuir a quantidade de cigarros. A nicotina tragada pela mãe atinge rapidamente o sistema nervoso central determinando alterações na circulação fetal, dificultando as troca gasosas e a passagem de nutriente para o feto.

A alteração do sono do bebê está ligada à quantidade de cigarros consumidos pela mãe. Pelo menos cinco cigarros por dia já são capazes de diminuir a quantidade e qualidade do sono da criança. A criança que dorme pouco, em geral, torna-se mais desatenta e na fase escolar pode vir a ter prejuízos no aprendizado. A nicotina também interfere na produção do leite e no ganho de peso dos bebês.

A orientação é para que aconteça a interrupção total do fumo durante a gestação e amamentação. O aleitamento materno deve ser mantido mesmo em casos de mães fumantes que não conseguem parar, pois a amamentação previne infecções em geral e inclusive problemas respiratórios.

 

 


Os primeiros dentinhos do bebê

 

dentinhoA maior preocupação de todos os pais é o bem estar de seus filhos, quanto ao futuro, à educação e a saúde geral. A saúde bucal de seus bebês enquadra se neste conceito e deve ser cuidada desde os primeiros anos de vida, ou seja, antes da erupção de seus primeiros dentinhos. Promovendo assim cuidados precoces, habituando o bebê aos procedimentos de saúde bucal e prevenindo contra o aparecimento de cárie e outros problemas de ordem geral.

Pensando nisto resolvemos orientar e sanar as principais dúvidas dos pais, quanto aos cuidados de saúde bucal de seus bebês com base em questionamentos mais comuns relatados na Clínica do Bebê da Faculdade de Odontologia de Araçatuba-UNESP:

 

Quando nascem os primeiros dentes de leite?

A criança possui 20 dentes de leite. O aparecimento dos primeiros dentes de leite começa por volta do sexto mês, podendo antecipar ou retardar em alguns casos. Geralmente a dentição do bebê completa-se entre o segundo e terceiro ano de vida.

 

Qual a importância dos dentes de leite?

Sabemos que os dentes de leite apresentam várias funções, podendo destacar as seguintes:

1. Mastigação: dentes saudáveis favorecem hábitos corretos de mastigação.

2. Fonética: nessa idade os bebês iniciam o desenvolvimento da fala, assim dentes de leite saudáveis e bem posicionados, favorecem o correto desenvolvimento da fala.

3. Estética: uma correta dentição faz parte de um sorriso harmônico.

4. Guia de erupção: Como o dente permanente desenvolve-se próximo a raiz dos dentes de leite, estes mantêm espaço para os dentes permanentes, servindo-lhes como guia de erupção.

 

Tem algum remédio para acalmar o bebê na época do nascimento dos dentes?

O surgimento dos dentes é uma ocorrência natural, portanto não provoca dor, nem sangramento. Normalmente a erupção dos dentes de leite está associada a certas manifestações locais e sistêmicas.Dentre elas destacamos o aumento da salivação, irritação geral do paciente e sono agitado, episódio de febre, diarréia e coceira gengival.

Os pais devem sempre ser orientados a intensificar a higiene bucal neste período, pois por razões de incômodo à criança, normalmente esta é negligenciada.A manifestação destes sintomas é temporária, e por ocorrer no período em que o bebê está engatinhando e tem o hábito de levar qualquer objeto à boca, podendo ocorrer contaminações.A maioria dos pediatras acredita que estes sintomas são coincidentes com o processo de erupção.

Entretanto, temos verificado que o número crescente deles tem encaminhado bebês com estas queixas receberem avaliação odontológica. Atualmente, não existe comprovação científica desta relação, muito embora acreditemos que a erupção seja um fator coadjuvante para o aparecimento destes sintomas. Realizamos uma pesquisa com o objetivo de apresentar dados sobre a erupção dos dentes decíduos e a ocorrência destas manifestações, em bebês de 0 a 3 anos de idade, assistidas na Bebê-Clínica da Faculdade de Odontologia de Araçatuba-UNESP.

Para tal foram utilizados dados contidos em 1129 prontuários, constando-se 1104 bebês (94,7%) demonstraram algum tipo de manifestação, e em 61(5,23%) nenhuma sintomatologia foi observada pelos pais durante a erupção dos dentes de leite. Dentre os 1104 bebês (94,7%) que manifestaram alguma sintomatologia, 943 (85,42%) apresentaram coceira gengival; 812 (73,55%) irritação; 773 (70,01%) salivação aumentada; 510 (46,19%) febre; 427 (38,67%) sono agitado; 381 (34,51%) diarréia e 282 (25,54%) coriza. Outros sintomas ainda foram relatados pelos pais como vômitos, falta de apetite e inflamação gengival, porém em baixas porcentagens. Os dentes mais envolvidos foram os de baixo da frente (52,44%) seguido pelos de cima da frente (20,48%).

A conduta frente a essas situações deve ser sintomática, incluindo a utilização de antitérmicos, anestésicos locais tópicos e mordedores gelados, além da importância de manter a higiene bucal nesta fase. A recomendação da conduta médica deve ser orientada, pois podem ocorrer enfermidades ao mesmo tempo como infecções de garganta e ouvido, em que a presença da febre é comum.

 

Quando devo iniciar a higienização da boca do bebê?

A higiene da boca do bebê deve ser realizada antes mesmo da erupção dos primeiros dentinhos, este motivo é pela preocupação de higienizar os dentes e a cavidade bucal do bebê, e também habituar pais e filhos a esta rotineira assistência que favorecerá o estabelecimento de hábitos de higiene em saúde bucal direcionada aos pais que irá gerar a prevenção nos filhos.

Durante o primeiro ano de vida, tais hábitos ainda não estão definidos e caberá aos pais a tarefa de estabelece-los. Para tanto pode ser usada uma dedeira feita de gaze ou fralda embebida em água fervida ou filtrada que deve ser esfregada delicadamente na gengiva. Após a erupção dos primeiros dentinhos, deve ser utilizada escova com cabeça pequena, macia, principalmente após as refeições.

 

Podemos utilizar creme dental nos dentes do bebê?

Quando erupcionam os primeiros dentinhos, pode-se utilizar escova de dente somente molhada em água, mas quando o bebê apresentar todos os dentes erupcionados, o creme dental deve ser utilizado em pequena quantidade, o equivalente a um grão de feijão ou até menos.

Este procedimento deve ser empregado, pois os bebês engolem cerca de 70% do creme dental durante a escovação, como contém flúor, a quantidade ingerida pode provocar fluorose, alterando a estrutura e a cor dos dentes.

 

A mamadeira e a chupeta podem alterar o posicionamento dos dentinhos?

A mamadeira e a chupeta quando utilizada em um período prolongado prejudica o posicionamento da língua da musculatura bucal e dos dentes de leite e se a criança persistir no hábito, os dentes permanentes. Deve ser planejado eliminar da rotina do bebê a chupeta e a mamadeira o mais cedo possível, até no máximo por volta dos três anos.

 

Como remover o hábito?

É necessário sempre conversar com a criança, explicando o porquê da remoção, fazendo reforços positivos, motivando com muito carinho, afeto e compreensão. A criatividade também é muito importante neste momento, distrair a criança é fundamental.

 

Como remover a mamadeira?

Vários métodos são sugeridos, um deles é diluir o leite da mamadeira com água, deixando o menos saboroso, até que fique só água, motivar a criança a usar copo com bico especial. Deve-se observar que a criança muitas vezes está usando o bico da mamadeira só para succionar, sem ter a necessidade de ingerir o leite.

 

Como remover o hábito da chupeta e do dedo?

Desde o nascimento, a criança não deve ser acostumada há ficar o tempo todo com a chupeta na boca, ela deve ser dada apenas em momentos de tensão; dessa forma, ela não ficará viciada em seu uso. Nunca oferecer mais de uma chupeta por vez e não deixar pendurada na roupa da criança, evitando que fique sempre à sua disposição. Quando o bebê adormecer, remover a chupeta da boca.

Com esses cuidados, naturalmente a criança deixará de necessitar da chupeta. Caso já existam alterações bucais, deve-se procurar o profissional, e o hábito deve ser removido o quanto antes, sempre respeitando a individualidade da criança, procurando mostrar lhe o problema causado e incentivando-a a largar a chupeta. Em relação ao hábito de sucção do dedo, devemos evitar a sua instalação, pois a remoção é mais difícil, já que o dedo está sempre à disposição. Muitas vezes é necessário o auxilio do psicólogo, pois o componente emocional é maior.

 

Os bebês podem ter cárie?

Sim. O hábito do bebê ser amamentado ou alimentado com mamadeiras com leite, chá ou qualquer líquido contendo açúcar ou mel durante o sono, principalmente á noite, pode provocar a cárie de mamadeira. Por isso a importância da higienização neste período bem como em toda a vida da criança. Este tipo de cárie acomete os dentes rapidamente, pois durante o sono o fluxo salivar diminui.

Os primeiros sinais e sintomas da cárie de mamadeira são manchas brancas e opacas que muitas vezes passam despercebidas pelos pais. Podendo evoluir para cavitações extensas e ocasionar a perda do dente.